Logo Abbott

Como lidar com a epilepsia na infância da melhor forma?

Entenda quais estratégias e recomendações pais e cuidadores devem adotar para lidar com a epilepsia na infância da melhor forma possível.

A epilepsia na infância pode fazer com que pais e cuidadores precisem encontrar estratégias de adaptação que permitam, ao mesmo tempo, promover o bem-estar da criança e evitar o estresse e a sobrecarga por conta das necessidades de cuidado geradas por essa condição neurológica. Dessa forma, é importante que os responsáveis1,2,3:

  • Aprendam e se informem sobre a epilepsia, inclusive no que diz respeito à assistência necessária para contornar as crises convulsivas que caracterizam o problema;
  • Mantenham o contato próximo com os profissionais de saúde, principalmente para manter as crises controladas da melhor forma possível. Em muitos casos, pode ser necessário ajustar a medicação, por exemplo;
  • Garantam que a criança tome regularmente o medicamento prescrito, já que em muitos casos pular a dose pode ser um dos fatores que desencadeiam uma crise;
  • Compreendam que crianças com epilepsia podem precisar de supervisão mais próxima em determinadas atividades (como em banhos, banheiras e piscinas, por exemplo). Em muitos casos, pode ser interessante ainda recorrer a um dispositivo de monitoramento (a chamada “babá eletrônica”).

Junto a esses cuidados básicos, pais e cuidadores devem incentivar a socialização da criança, dentro de suas possibilidades2. Em geral, elas podem participar normalmente de quase todo tipo de interação (inclusive em práticas esportivas), mas podem precisar de algumas precauções de segurança adicionais2.

No mais, ainda que seja difícil compartilhar essa informação, é indicado que qualquer adulto em posição de responsabilidade sobre a criança esteja ciente do diagnóstico2. Isso pode ser importante, sobretudo, para que eles possam agir adequadamente diante de uma crise convulsiva.

Quais as particularidades do diagnóstico na epilepsia na infância?

De forma resumida, um quadro de epilepsia é caracterizado pela presença de crises convulsivas recorrentes e não provocadas por outros problemas de saúde (como febres, por exemplo)3. Como referência para o diagnóstico, se leva em conta a repetição de pelo menos duas crises em um intervalo de tempo de ao menos 24 horas3. A prevalência desse problema costuma ser maior em crianças e em idosos e parece não haver diferença com relação a distribuição dos casos entre os gêneros4.

Nem sempre é possível confirmar a causa por trás de um caso de epilepsia, mas acredita-se que essa condição esteja associada a alterações neurológicas que afetam o sistema nervoso central3. Esses desequilíbrios podem ser causados por lesões cerebrais, alterações genéticas, por infecções ou por determinadas doenças autoimunes3.

A confirmação do diagnóstico de um quadro de epilepsia em crianças costuma combinar a avaliação clínica com exames de neuroimagem3. Relatos de terceiros sobre as crises podem ser importantes, já que nem sempre o paciente se lembra do fato5.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em alguns casos pode ser necessário também recorrer a testes genéticos, que investigam a presença dos componentes hereditários por trás do problema3.  Por fim, podem ser feitos testes para avaliar as capacidades intelectuais e motoras dos pacientes, o que também costuma ser útil para determinar que tipo de quadro de epilepsia afeta a criança5.

Quais as opções de tratamento e as perspectivas de prognóstico?

Uma vez diagnosticada, é importante tratar a epilepsia da forma mais breve possível6. Para isso, quase sempre, a primeira alternativa é a utilização de medicamentos 5,6. Os anticonvulsivantes são a classe mais empregada para esse fim, com doses ajustadas de acordo com a idade e o peso do paciente5,6. Em determinados quadros, é necessário combinar dois ou mais fármacos para controlar as crises3.

Infelizmente, ainda assim, em parte dos casos (cerca de 20% deles) a epilepsia em crianças é refratária3. Quando isso acontece, pode ser necessário recorrer a outras abordagens como cirurgias e técnicas de neuroestimulação4.

Embora raro em crianças, casos de epilepsia não tratados adequadamente podem levar à morte súbita, sem relação com acidentes por conta das crises7. Acredita-se que isso seja causado por alterações no ritmo cardíaco ou na respiração, frequentemente no período logo após uma convulsão7.

Por outro lado, alguns tipos de epilepsia em crianças evoluem bem e são autolimitadas. Ou seja, pode ser que, com o passar da idade, as crises desapareçam3. Considera-se que o problema foi resolvido quando a criança permanece sem crises mesmo sem o uso da medicação por longos períodos3. Ainda assim, alguns casos vão exigir a manutenção da medicação pela vida toda3.

REFERÊNCIAS:

  1. CENTER FOR DISEASES CONTROL AND PREVENTION. Epilepsy Information for Parents. Disponível em: <https://www.cdc.gov/epilepsy/groups/parents.htm>. Acesso em: 1 dez 2023. 
  2. EPILEPSY FUNDATION. Managing Your Child’s Epilepsy. Disponível em: <https://www.epilepsy.com/parents-and-caregivers/kids/managing-childs-epilepsy>. Acesso em: 1 dez 2023. 
  3. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Epilepsia. Disponível em: <https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/doencas/epilepsia/> Acesso em: 1 dez 2023. 
  4. FALCO-WALTER, Jessica. Epilepsy—definition, classification, pathophysiology, and epidemiology. In: Seminars in neurology. 333 Seventh Avenue, 18th Floor, New York, NY 10001, USA: Thieme Medical Publishers, Inc., 2020. p. 617-623. Disponível em: <https://www.thieme-connect.com/products/ejournals/abstract/10.1055/s-0040-1718719> Acesso em: 1 dez 2023. 
  5. NATIONAL INSTITUTE OF NEUROLOGICAL DISORDERS AND STROKE. Epilepsy and Seizures. Disponível em: <https://www.ninds.nih.gov/health-information/disorders/epilepsy-and-seizures>. Acesso em: 1 dez 2023. 
  6. MINARDI, Carmelo et al. Epilepsy in children: from diagnosis to treatment with focus on emergency. Journal of clinical medicine, v. 8, n. 1, p. 39, 2019. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6352402/>
  7. CENTER FOR DISEASES CONTROL AND PREVENTION.SUDEP Information for Parents  of Children with Epilepsy. Disponível em: <https://www.cdc.gov/epilepsy/about/sudep/parents.htm>. Acesso em: 1 dez 2023. 

Material destinado ao público geral.
BRZ2322429 – Julho/2024

Posts mais Lidos

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.