Veja quais os aspectos essenciais para cuidar da saúde do coração e reduzir o risco de problemas que estão entre as principais causas de morte no mundo todo.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade no planeta1. Em 2019, por exemplo, estima-se que quase 18 milhões de pessoas tenham morrido por conta de problemas cardíacos, o que representa 32% de todas os óbitos daquele ano1. Esse número só reforça como cuidar da saúde do coração é essencial para ampliar a longevidade. Por isso, à medida que o tempo passa, considere que2,3:
- Aos 20 anos, mesmo sem qualquer problema perceptível, já é possível procurar ajuda médica e acompanhar indicadores como pressão arterial, colesterol, glicemia e massa corporal;
- Aos 30 anos, faça do cuidado à saúde cardiovascular uma preocupação de toda a família e reconheça como sua predisposição genética e o estresse podem afetá-la;
- Aos 40 anos, reforce o controle do peso e dos indicadores de saúde (como o colesterol, a pressão e a glicemia) e fique atento a sinais da presença de distúrbios como a apneia do sono, que pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares;
- Aos 50 anos, mantenha os cuidados das décadas anteriores e siga o tratamento adequado para controlar eventuais fatores de risco para problemas cardiovasculares. É importante ainda saber reconhecer possíveis sinais de infartos e acidentes vasculares;
- Aos 60 anos, mantenha o manejo das condições crônicas identificadas e discuta com seu médico o seu risco de problemas cardiovasculares. Podem ser incluídas ainda novas avaliações de rotina (como a do índice do tornozelo-braquial), importantes para identificar precocemente processos de comprometimento das artérias.
Além de tudo isso, há algumas recomendações que independem da idade. Como a manutenção de uma dieta equilibrada, a prática regular de exercícios físicos e abandonar o cigarro (ou não começar a fumar, de preferência)2,3.
Quais os problemas cardiovasculares mais comuns?
Doença cardiovascular é um termo que compreende todas as alterações que possam atingir coração, artérias e vasos sanguíneos4. Dessa forma, esse conceito inclui problemas que estão associados a obstrução das artérias do músculo cardíaco e de outras partes do corpo, o que pode causar infartos, acidentes vasculares e doenças arteriais periféricas4.
A aterosclerose é o principal processo responsável por bloquear o fluxo sanguíneo adequado no coração e em todo o sistema circulatório5. Isso se dá principalmente pelo acúmulo de placas de gordura na parede das artérias. Com o passar do tempo, pode haver uma redução no volume de sangue que chega ao coração e provocar a morte de células do tecido muscular que compõem o órgão5.
Assim, há um comprometimento do tecido cardíaco, reduzindo a capacidade do coração em bombear adequadamente o sangue. No fim, o indivíduo pode sofrer desde um quadro de angina (dor no peito resultado da obstrução do fluxo sanguíneo) até um ataque cardíaco6. Entre os possíveis sinais que devem chamar a atenção para problemas do tipo estão5:
- Dor ou dormência que se espalha em direção aos ombros, braços e costas;
- Dores no peito durante esforços físicos, que melhoram quando em repouso;
- Falta de ar, mesmo em repouso;
- Tontura e confusão mental;
- Inchaço nos tornozelos, pés e pernas;
- Suores frios;
- Fadiga;
- Dificuldade para praticar exercícios físicos ou mesmo atividades cotidianas.
Além da aterosclerose, problemas como arritmias cardíacas, doenças congênitas ou alterações cardíacas reumáticas são outras condições que podem atingir o músculo do coração, artérias e vasos sanguíneos1,4.
Quais os principais fatores de risco para a saúde do coração?
A chance de alguém ter um problema cardiovascular cresce à medida que uma série de fatores vão se acumulando com o passar dos anos. Entre os aspectos que mais interferem na saúde do coração estão:
- Hipertensão arterial (mais conhecida como pressão alta);
- Diabetes;
- Obesidade;
- Tabagismo;
- Sedentarismo;
- Dislipidemias (descontrole dos níveis de colesterol e triglicérides no sangue, levando em conta os valores de referência para cada tipo de gordura);
- Consumo exagerado de álcool;
- Estresse constante;
- Idade (já que os problemas no coração se agravam com o passar do tempo).
Cabe destacar também que uma série de aspectos sociodemográficos influencia na chance de alguém sofrer de um problema cardiovascular. A própria OMS ressalta que 3/4 das mortes por doenças do tipo são registradas em países com renda baixa ou média1. A explicação para isso envolve a dificuldade de acesso aos serviços de saúde quando várias doenças crônicas ainda estão em estágios iniciais, tornando mais difícil tratar adequadamente os riscos associados a essas condições.
Além disso, é comum que homens sofram mais com problemas no coração do que as mulheres, independentemente do local do mundo em que a comparação é feita, ainda que a diferença venha caindo6. Isso pode se dar por uma série de fatores culturais, fazendo com que comportamentos não tão saudáveis (como dieta inadequada e o uso prejudicial de álcool) sejam mais comuns entre os homens, por exemplo7. No mais, homens tendem a procurar menos serviços de atenção primária à saúde8.
O que não pode faltar na lista de cuidados com o coração ao longo de toda a vida?
Seja como for, existem formas de investir na prevenção de problemas na saúde do coração em todas as etapas da vida. Dessa forma, é preciso considerar uma série de hábitos que no longo prazo podem fazer toda a diferença. Por isso, jamais ignore a necessidade de5:
- Se manter fisicamente ativo, movimentar-se pelo menos 150 minutos por semana. Qualquer tipo de atividade física conta e quanto menos tempo parado, melhor. Se houver alguma limitação, converse com seu médico sobre formas seguras de exercitar-se;
- Não fumar ou parar de fumar. Nunca é tarde demais para abandonar o cigarro e reduzir o risco associado à dependência;
- Alimentar-se de forma saudável, reduzindo a quantidade de alimentos ricos em sal, açúcar e gordura;
- Controlar o peso, combinando uma dieta saudável e a prática regular de exercícios físicos. Considere ainda que o acúmulo de gordura na cintura está associado a uma maior chance de doenças cardíacas;
- Manter a pressão arterial, a glicemia e o colesterol sob controle. Se for necessário, siga as recomendações médicas para alcançar esse objetivo;
- Não consumir mais do que uma (para mulheres) ou duas doses de álcool (para homens) por dia. Como referência, uma dose de álcool é o equivalente a uma lata de cerveja, uma taça de vinho e uma dose de destilado;
- Gerenciar o estresse, encontrando atividades de lazer prazerosas e dedicando tempo a atividades que gerem algum tipo de satisfação.
Essas, claro, são apenas recomendações gerais. Com o acompanhamento adequado, é possível identificar riscos específicos de acordo com cada quadro, encontrando a melhor forma de lidar com eles conforme o caso. Logo, junto com hábitos saudáveis, mantenha também em dia as visitas periódicas ao seu médico.
>REFERÊNCIAS:
- WORLD HEALTH ORGANIZATION: WHO. Cardiovascular diseases (CVDs). World Health Organization: WHO, 11 Jun 2021a. Disponível em: <https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/cardiovascular-diseases-(cvds)>. Acesso em: 27 nov 2023.
- AMERICAN HEART ASSOCIATION. How to Help Prevent Heart Disease At Any Age. Disponível em: <https://www.heart.org/en/healthy-living/healthy-lifestyle/how-to-help-prevent-heart-disease-at-any-age>. Acesso em: 27 nov 2023.
- JOHN HOPKINS MEDICINE. How to Help Prevent Heart Disease At Any Age Disponível em: <https://www.hopkinsmedicine.org/-/media/files/health/jhm_heartpdf_1_16.pdf>. Acesso em: 27 nov 2023.
- NATIONAL INSTITUTE OF AGING. Heart Health Glossary. Disponível em: <https://www.nia.nih.gov/health/heart-health/heart-health-glossary>. Acesso em: 27 nov 2023.
- NATIONAL INSTITUTE OF AGINGHeart Health and Aging. Disponível em: <https://www.nia.nih.gov/health/heart-health/heart-health-and-aging>. Acesso em: 27 nov 2023b.
- BOTS, Sophie H.; PETERS, Sanne AE; WOODWARD, Mark. Sex differences in coronary heart disease and stroke mortality: a global assessment of the effect of ageing between 1980 and 2010. BMJ global health, v. 2, n. 2, p. e000298, 2017. Disponível em: <https://gh.bmj.com/content/2/2/e000298>
- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde do Homem. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-do-homem>. Acesso em: 27 nov 2023.
- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Dados apontam maior risco de mortalidade por doenças crônicas na população masculina. Disponível em: <https://aps.saude.gov.br/noticia/18058>. Acesso em: 27 nov 2023.
Material destinado ao público geral.
BRZ2322429 – Julho/2024